segunda-feira, 9 de abril de 2012

Essa nossa mania de Felicidade!


Tem coisa que começa a ser espalhada e pega. A gente não sabe bem quem começou, mas, quando nos damos conta, já estamos comprando a ideia. E algumas ideias fazem um estrago danado! Bom, sem mais enrolação: o que quero falar aqui é dessa necessidade de ser feliz. Muito feliz. O tempo todo.
Afinal, a vida é uma festa, podemos tudo o que queremos e precisamos aproveitar cada momento ao máximo, certo? Bom, não sei se é certo. O que sei é que é uma pressão danada, isso sim. Quem disse que precisamos se feliz o tempo todo?
Veja bem, não quero dizer que legal mesmo seria se a gente vivesse cabisbaixo, É muito mais gostoso se sentir bem do que se sentir mal.(...) 
O problema é que como você já deve ter percebido, não dá para ser feliz sempre. Na verdade, até meu priminho de 2 anos já deve ter notado isso - não é à toa que ele vive chorando. E aí a ideia do primeiro parágrafo, de que legal mesmo é ser feliz a toda hora acaba se transformando numa tan, tan, tan, taaaan... Numa armadilha.
Seja lá o que você entenda por felicidade, ela precisa de momentos de não felicidade para ser o que é. Se sabemos que a alegria é tão gostosa de ser sentida, é porque já experimentamos momentos de tristeza também. Ou simplesmente de tédio. E é por isso que , quando a alegria vem, queremos que ela esteja com a gente a cada instante. 
Não quero soar pessimista, mas não acredito num vale encantado chamado felicidade, que, depois de alcançado, fica com a gente para sempre. Mesmo que você considere (eu gosto de considerar) felicidade um estado interno, que nem sempre coincide com o que ocorre por fora de nós, nosso estado interno varia muito. Aliás, o mundo seria bem repetitivo se olhássemos para ele sempre com o mesmo olhar, não acha?
Mesmo o melhor dos trabalhos tem dias chatos. Um relacionamento ótimo pode ter seus dias de dúvidas ou marasmo. Podemos nos sentir feias, não precisamos estar afim de beijar nosso namorado sempre e podemos ter preguiça dos nossos amigos ás vezes... E tudo bem! (...)
Em vez de achar que tem alguma coisa de errada quando não estamos alegres, pode ser maravilhoso aceitar de braços abertos  essa não alegria e aproveitar para pensar um pouco na vida, fazer poesia ou, sei lá, não fazer nada! O que importa é: parar de nos recriminar porque não estamos sendo bem-sucedidas nesse projeto maluco de ser alegre o tempo todo. Até porque esse projeto, pelo visto, pode trazer mais tristeza do que alegria.


Esse texto eu retirei da revista Capricho, e foi escrito por Liliane Prata que é escritora e blogueira também.